quinta-feira, 31 de março de 2011

perigo à espreita


título original.
THE RESIDENT 

realização. antti jokinen.

argumento.
antti jokinen. robert orr.
protagonistas. hillary swank. jeffrey dean morgan. christopher lee.


género.
thriller
duração. 91 min
ano.
2011

sinopse. recém-separada do marido, uma médica (swank)  muda-se para um espaçoso apartamento em brooklyn, disposta a recomeçar uma nova vida. contudo, não está sozinha, alguém a observa constantemente.


avaliação
[ razoável ]

crítica. the resident / perigo à espreita abriu a edição deste ano do fantasporto. os motivos ultrapassam-me pois além de não ser um filme de terror, como thriller é do mais previsível que se pode imaginar.

o que se destaca de bom é o elenco, de qualidade inquestionável, mas sem grande argumento com que trabalhar
. basta ver o trailer, mesmo que o mais breve (menos de 2 minutos), para perceber toda a história e prever o fio de acção.



bons actores desperdiçados num filme medíocre,
ou o que não fazer depois de ganhar dois óscares, não é hillary?

é excelente rever christopher lee, mesmo que por breves momentos, e quase sempre imóvel, espreitando através de frestas; tenho pena que a sua personagem não tenha sido melhor aproveitada, mas acredito que não houvesse por onde puxar.



de positivo, a juntar ao elenco, temos um flashback da personagem do perturbado senhorio e também um trabalho de câmara competente, mas confesso que a segunda metade do  filme é tão banal que pensei desligar e dar o meu tempo por melhor empregue, apenas para assistir a uma protagonista que dá cabo de um vilão a quem salta a tampa.

chato, banal, vulgar. passo.

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. i'm just putting myself in your shoes, alone, a new apartment, surrounded by strangers.

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segunda-feira, 28 de março de 2011

quills - as penas do desejo


título original.
QUILLS 

realização. philip kaufman.

argumento.
doug wright.
protagonistas. geoffrey rush. kate winslet. michael caine.


género.
drama. biografia.
duração. 124 min
ano.
2000

sinopse. encerrado num asilo, o marquês de sade continua a produzir os seus escritos, com a ajuda de uma lavadeira. quando a situação é descoberta, assiste-se a um confronto entre a liberdade de expressão e a censura estatal.


avaliação
[ muito bom ]

crítica. quills retrata a execução da pena de donatien alphonse françois de sade (rush), encerrado num  hospital psiquiátrico por acções altamente reprováveis num nobre intelectual. libertino e com uma língua imensamente afiada, escreve ininterruptamente, passando os escritos clandestinamente para o seu editor através da lavadeira madeleine (winslet), fã do marquês.

o asilo, dirigido pelo pio abade coulimer, destaca-se pela forma como os internados vivem no seu interior, praticando actividades como canto coral e teatro (sade dirige-os para interpretarem as suas sátiras e farsas cáusticas para uma plateia de fidalgos sedentos de diversão e malícia) e onde os costumeiros métodos de electrocussão e asfixia não são praticados.

de génio e de louco todos temos um pouco,
mas é indiscutível que sade levou uma porção maior

tudo muda quando sade se excede num livro e napoleão envia um reputado médico (caine) para vigiar o trabalho do abade director. o doutor defende a aplicação de castigos corporais específicos para curar os insanos e a sua chegada vai precipitar uma série de acontecimentos; paralelamente, aumentam a loucura e o descontrolo de sade.

quills é intenso e interessante, uma reflexão à moralidade. kaufman dirige o filme magistralmente, nunca caindo no erro de o fazer parecer uma biografia do escritor, mas sim um episódio na vida de um homem que tinha a perversão como norma de conduta. o argumento é inteligente e há erotismo q.b.


é um óptimo filme, recomendo.

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. murderer... your words... your words drove bouchon...
. oh, for fuck's sake, abbe! suppose one of your precious inmates attempted to walk on water and drowned. would you condemn the bible? i think not.


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quinta-feira, 24 de março de 2011

thelma e louise




título original.
THELMA & LOUISE 

realização. ridley scott.

argumento.
callie khouri.
protagonistas. susan sarandon. geena davis. harvey keitel.


género.
drama.
duração. 130 min
ano.
1991

sinopse. louise tem problemas com o namorado jimmy. thelma é casada com  o machista darryl. decidem fazer uma escapadela de fim-de-semana só as duas. quando louise mata um homem que tenta violar thelma, os problemas sucedem-se.

avaliação
[ muito bom ]

crítica. thelma e louise é um filme do consagrado ridley scott; datado de 1991, ganhou 4 óscares, incluindo melhor argumento original e melhor realizador. as estrelas do filme, davis e sarandon, ficaram-se pelas nomeações para melhor actriz, e perderam para jodie foster (o silêncio dos inocentes).

este filme é, na minha opinião, uma das gemas do cinema dos anos 90. é raro depararmo-nos com um bombom destes, delicioso em vários aspectos: interpretação, realização, argumento, diálogos.

louise (sarandon) é uma empregada de mesa descontente com a vida, e a sua melhor amiga  é thelma (davis), uma dona de casa oprimida; decidem  passar um fim-de-semana fora para desanuviar. louise é uma mulher experiente e vivida, cautelosa. thelma é ingénua e possui  um deficitário conhecimento da natureza masculina.

não são muitos os minutos passados de filme até as duas amigas se verem em sarilhos e embarcarem numa viagem que, a cada paragem, vai assumindo contornos cada vez mais ilícitos e irreversíveis.

centenas de quilómetros depois, as nossas duas protagonistas estão em fuga; para trás deixaram um homem alvejado, uma loja assaltada,
um camião em chamas, desacatos à autoridade policial.

brad pitt teve aqui a sua primeira oportunidade,
tornando-se poucos anos depois no ai-jesus do mulherio

thelma e louise tem  uma narrativa poderosa e comovente, com um par de actrizes a-v-a-s-s-a-l-a-d-o-r-a-s. a fotografia do filme é bela e evoca a aridez da paisagem, o cheiro a pó da estrada e a solidão vivida a duas sobre quatro rodas. o final é simplesmente fantástico.

recomendo-o sem reservas.

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. i feel realy awake. i don't recall ever feeling this awake, you know? everything looks different now. you feel like that? you feel like you got something to live for now ?
.
we'll be drinking margaritas by the sea, mamacita .
. you know we could change our names .
. to live in a hacienda .
. i want to get a job, i'll work at club med .

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segunda-feira, 21 de março de 2011

silêncio mortal


título original.
DEAD SILENCE 

realização. james wan.

argumento.
leigh whannell.
protagonistas. ryan kwanten. amber valletta. bob gunton.


género.
terror.
duração. 89 min
ano.
2007

sinopse. jamie ashen chega a  casa e encontra a sua mulher  morta, totalmente desfigurada, acontecimento que ocorreu minutos depois de um misterioso pacote ter sido deixado à entrada da casa, contendo um antigo boneco de ventríloquo.

avaliação
[ razoável ]

crítica. dos criadores do famoso saw, silêncio mortal não é tão original nem surpreendente como aquele, mas não faz má figura no rescaldo.

o filme tem bons momentos, auxiliado pelos cenários de cores escuras e toda a atmosfera de superstição à volta da lenda de mary shaw, uma ventríloqua que fabricava os seus próprios bonecos e que foi linchada pelos habitantes da cidade onde residia, suspeita do rapto de uma criança
.

quando a mulher do nosso protagonista, jamie, é assassinada depois de receber um desses bonecos, o viúvo volta a ravens fair - a sua cidade natal e palco do assassinato de mary shaw - à procura de respostas e  por que não dizê-lo?, catarse.


a presença de amber valletta num filme não é garante de nada,
mas o filme não perde com a sua interpretação (nem ganha, verdade seja dita)


este é um filme de terror razoável. o recurso a bonecos não é novidade (quem não se assustou ao ver o diabólico chucky levante a mão... eu assustei-me e muito, num dos filmes que marcou a minha infância) e tem um grau assegurado de eficácia e com os pózinhos certos, resulta bem. porém, não faz milagres e silêncio mortal é bastante previsível e quase que desilude na conclusão, quando percebemos que estávamos certos ao minuto 15, quando deslindámos tudo, ao que acresce um protagonista (uma das estrelas de true blood) morno com um leque de secundários superior em talento.

no entanto, dentro do género, recomendo; é ideal para ver com um grupo de amigos.

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. beware the stare of mary shaw / she had no children only dolls / and if you see her in your dreams / be sure to never ever scream .

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segunda-feira, 14 de março de 2011

os mensageiros


título original.
THE MESSENGERS 

realização. oxide pang chun. danny pang.

argumento.
mark wheaton.
protagonistas. kristen stewart. dylan mcdermott. john corbett.


género.
terror.
duração. 90 min
ano.
2007

sinopse. a família solomon decide deixar chicago para trás e mudar-se para uma casa no campo. o cenário perfeito transforma-se num pesadelo: os filhos  começam a ter visões e a família é confrontada com a existência de forças maléficas dentro da casa.

avaliação
[ razoável ]

crítica. realizado pelos gémeos pang, cujo filme mais mediático foi the eye, os mensageiros não traz nada de novo no campo do terror mas é um filme razoável, cujo ponto alto é o ambiente sombrio criado ao longo de toda a acção.

a premissa não é nova, com a típica família citadina a procurar refúgio na ruralidade, deixando 
os problemas para trás; porém a pureza do ar campestre não é suficiente para afastar complicações e cedo os membros vêem-se envolvidos em situações menos boas, neste caso fenómenos paranormais.

passamos então por toda a dinâmica habitual entre os que sentem e vêem  (os filhos) e os que não o fazem (os pais), revisitando os costumeiros clichés presentes em todas as ghost stories.


kristen stewart está credível na sua interpretação de jess,
bem longe da inexpressiva bella swan de crepúsculo

os mensageiros não chega a ser mau, é medíocre porque não traz nada de novo, mas a forma como a acção é filmada mostra competência e isso coloca o filme acima dos demais do género em que nada se aproveita. as interpretações são boas q.b. e cumprem os mínimos, com destaque para o elenco jovem (a adolescente jess e o bebé ben).

o filme entretém e nada mais que isso.

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. dad, i'm really scared. can't we just go home ?
.
jessica, this is home. you need to get used to that .

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quinta-feira, 10 de março de 2011

pecados íntimos


título original.
LITTLE CHILDREN 

realização. todd field.
argumento.
todd field. tom perrotta.
protagonistas. kate winslet. patrick wilson. jennifer connelly.


género.
drama.
duração. 137 min
ano.
2006

sinopse. a história de dois casais que vivem na mesma comunidade e cujas vidas se interligam.


avaliação
[ muito bom ]

crítica. baseado no livro de tom perrotta (que ainda não li), pecados íntimos é um olhar despudorado e crítico sobre os subúrbios e alguns dos seus habitantes.

no centro da acção estão sarah e brad, presos nas rotinas de casamentos infelizes que não os realizam. cuidadores primários dos filhos, é através deles que travam conhecimento, iniciando uma relação que os anima e faz encarar a vida de outra forma.

entretanto, um morador do bairro, preso por actos exibicionistas, é libertado da prisão e retorna a casa, onde vive com a mãe. muitos acreditam nas suspeitas de pedofilia que sempre penderam sobre ele e não permitem que ande livremente pela zona, vandalizando-lhe a casa e insultando-o à vista.

o filme tem o condão de mostrar cenas banais do quotidiano e imprimir-lhes força e significado, com personagens que podem personificar qualquer pessoa, de tão "comuns" que são, com muitas imperfeições e defeitos (não amam os filhos incondicionalmente, não se revoltam com certas atitudes do cônjuge, são dadas ao mexerico, etc).

dito isto, as interpretações são muito boas e credibilizam imenso a história, embora me pareça que a jennifer connelly poderia ser mais expressiva, naquela que foi a actuação mais fraca do filme. os restantes protagonistas estão excelentes, com destaque para jackie earle haley na pele do pedófilo que tenta redimir-se pela mãe.

um filme com cenas poderosas que ficam na retina muito depois de o termos visionado.

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. i think i understand your feelings about this book. i used to have some problems with it myself. when i read it in grad school, madame bovary just seemed like a fool. she marries the wrong man; makes one foolish mistake after another; but when i read this time, i just fell in love with her. she's trapped!
she has a choice: she can either accept a life of misery or she can struggle against it. and she chooses to struggle.
. some struggle. hop into bed with every guy who says hello.
. she fails in the end, but there's something beautiful and even herioc in her rebellion. my professors would kill me for even thinking this but in her own strange way, emma bovary is a feminist.
. oh, that's nice. so now cheating on your husband makes you a feminist?
. no, no, it's not the cheating. it's the hunger. the hunger for an alternative, and the refusal to accept a life of unhappiness .

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sábado, 5 de março de 2011

the crazies - desconfia dos teus vizinhos


título original.
THE CRAZIES

realização. breck eisner.

argumento.
scott kosar. ray wright.
protagonistas. radha mitchell. timothy olyphant. joe anderson.

género.
terror. acção.
duração. 101 min
ano.
2010


sinopse. uma intoxicação de água transforma os habitantes  de uma pequena cidade do iowa em violentos psicopatas. como resposta, as autoridades impõem uma quarentena, deixando os infectados à sua sorte.


avaliação [ fraco ]



crítica. gosto de ver filmes de terror, e embora haja filmes muito bons dentro do género  (psico, alien, rec, drácula), a verdade é que já me habituei a que estes sejam excepções, sendo a restante maioria fracos ou assim-assim - vêem-se e esquecem-se.

the crazies - desconfia dos teus vizinhos vê-se e esquece-se, sendo que até o humor  negro é parco, tornando a experiência de o ver (ainda mais) decepcionante. vejo um filme de mente aberta, atenta a algum bom pormenor ou algo melhor conseguido. este filme, infelizmente, não tem muito por onde se pegar.

os sustos são pouco e previsíveis, os actores não têm grande coisa com que trabalhar em termos de personagens e a história é do mais batido que há, tendo sido melhor explorada noutros filmes
.

basicamente, é para esquecer.  

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.
is he dead ?
. well, if he is, he won't mind waiting .


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quarta-feira, 2 de março de 2011

cisne negro


título original.
BLACK SWAN 

realização. darren aronofsky

argumento.
mark heyman. andrés heinz. john mclaughlin.
protagonistas. natalie portman. vincent cassel. winona ryder.

género.
drama. thriller.
duração. 108 min
ano.
2010


sinopse. nina (portman) é uma bailarina do new york city ballet que  ganha o papel principal n''o lago dos cisnes'. com a chegada  de uma nova bailarina (mila kunis) à companhia, instala-se um clima de rivalidade e intriga entre as duas.


avaliação [ muito bom ]



crítica. o cisne negro é um filme incómodo e isso percebe-se desde o início. a protagonista vive em constante tensão e angústia, mergulhada num mundo competitivo e implacável; em casa não tem descanso, com uma mãe que a impele a  trabalhar sempre mais, a respirar ballet 24 horas por dia, a ser a melhor.



habituamo-nos, assim, a ver uma nina triste e sem garra, que dança com técnica mas sem paixão. consegue o papel de princesa cisne no novo bailado da companhia mas é avisada de que para o manter, terá de se soltar e conseguir incorporar o cisne negro, uma personagem sedutora, segura e confiante, tudo o que ela nunca foi.

o óscar para portman é justificado; a sua interpretação é fortíssima e a sua fisionomia frágil e pequena ajuda à composição de uma mulher que vive para atingir a perfeição
mas que não acredita em si mesma.

é um filme muito especial, que nos persegue ainda depois de o termos visto, que nos horroriza à medida que vamos percebendo as nuances que o envolvem. há terror n'o cisne negro, um terror bem patente nos últimos 25 minutos, onde a tensão atinge os níveis cimeiros de uma obsessão que se pressente ao longo de toda a acção.


um excelente filme que exige disposição, longe de ser a escolha certa para quem quer descontrair e não pensar muito.  

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.
i just want to be perfect .

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