sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

a flor do mal

[ bom ]

título original. white oleander.

género. drama.
duração. 109 min
ano.
2002

realização. peter kosminsky. 
argumento. mary agnes donoghue. janet fitch (livro).
protagonistas. alison lohman. michelle pfeiffer. renée zellweger. robin wright.
sinopse. depois da mãe ser condenada por um crime passional, a filha adolescente passa por várias famílias de acolhimento,  descobrindo afectos, privações e abusos. [imdb]
 
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a flor do mal é a adaptação do best-seller o aloendro branco, de janet fitch, que já tive a ocasião de ler e comentar no bué de livros.

o livro é muito bom e tem personagens fortes. o filme tem um bom argumento e um naipe de actrizes estelar, que encarnam uma galeria de mulheres fortes e carismáticas.



ingrid e astrid magnussen são mãe e filha, inseparáveis e artísticas. ingrid, pragmaticamente agressiva, passa à filha de 12 anos as ideias-chave do que acredita serem as guias para se ser uma mulher astuta, autónoma e independente: não te apaixones, não dês poder a um homem sobre ti, não contes com ninguém no mundo a não ser contigo própria.

até que o impensável acontece: ingrid quebra as suas próprias regras. quando o relacionamento corre mal, planeia o assassinato do ex-amante e acaba na prisão, condenada a prisão perpétua. a astrid, esquecida na equação, resta entrar no sistema de menores, passando por uma quantidade de casas de acolhimento, aprendendo com as famílias adoptivas o que não aprendeu com a mãe dominadora: o afecto e a solidariedade, a privação e a fome.


apesar do livro (volumoso) ser fértil em personagens, situações e pormenores, muito do conteúdo não teve lugar no filme, infelizmente. por motivos óbvios de duração, várias personagens e acontecimentos não são retratados, o que tira profundidade ao argumento (não se percebe bem os 6 anos que astrid passa em lares e casas de acolhimento), com o condão de não o deixar cair no melodrama enjoativo, e não torna algumas cenas-chave tão perceptíveis quanto devia (a grande maioria envolvendo a relação conflituosa de ingrid e astrid).


no entanto, a flor do mal não deixa de ser um filme poderoso, onde michelle pfeiffer faz um dos melhores papéis de sempre, roubando todas as cenas em que entra com a sua ingrid emocionalmente tirana de olhar glacial. alison lohman é também electrizante como astrid, vulnerável, forte e humana q.b.

longe de ser um filme só para "gajas", o filme tem momentos dramáticos universais e personagens interessantes e complexas, que agradarão a homens e mulheres apreciadores de bom cinema.

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. don't attach yourself to anyone who shows you the least bit of attention because you're lonely. loneliness is the human condition. no one is ever going to fill that space. the best you can do is know yourself... know what you want .
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